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Mostrando postagens de janeiro, 2024

Os "nãos" palestinos

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Por Adelson Vidal Alves  Theodor Herzl, principal nome do sionismo, publicou "Altineuland" (A velha nova terra), em 1902, seis anos depois de escrever "O Estado Judeu", livro que impulsionou o movimento político de retorno dos judeus para a Palestina. No romance, o personagem Steineck afirma: "todo mundo merece ter uma terra".  David Ben-Gurion, primeiro chefe de governo israelense, foi outro sionista que defendeu o direito de todo povo ter uma nação, no caso aqui, os palestinos. Ao contrário da lorota pró-palestina de setores da esquerda anti-Ocidente, o sionismo não é um movimento genocida que nega aos palestinos um Estado. Então por que este Estado nunca saiu do papel? Simples. Porque os próprios palestinos nunca quiseram.  Foram várias as tentativas de partilha: - Em 1937, os ingleses criaram uma comissão de análise do conflito entre judeus e palestinos, que ficou conhecida como "Comissão Peel". A proposta britânica foi de criação de dois Est

Direitas israelenses

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Por Adelson Vidal Alves   Ze'ev Jabotinsky é um importante nome da história de Israel. Orador brilhante, filósofo e pensador, foi responsável por influenciar e criar uma série de organizações de autodefesa israelense. Ele integrou o chamado sionismo revisionista e conservava um aparente paradoxo. Era adepto da ideologia da "Grande Israel" e um defensor ferrenho do liberalismo e dos direitos humanos. Pregava um maximalismo territorial e um Estado de maioria judaica, e criticou duramente os regimes coletivistas, sendo um apaixonado apologista das liberdades individuais. Apesar de defender uma imensa pátria judaica, não organizou suas ideias em cima de promessas bíblicas, mas sim a partir dos compromissos assumidos pela comunidade internacional.  A direita liberal de Ze'ev Jabotinsky se difere do sionismo messiânico que o sucedeu, sobretudo a partir da Guerra dos Seis Dias, em 1967. Para Micah Goodman, pesquisador do Instituto Shalon Hartman, foi este acontecimento histó

A tolice pacifista

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Por Adelson Vidal Alves  "Faça amor não faça guerra" filosofavam  os integrantes da seita dos hippies na década de 60. Os dois dedos levantados em sinal de V ainda hoje simboliza a "paz e o amor",  utopia tosca do movimento de contracultura que cultivava a ilusão de que um dia o mundo viveria sem guerras.  Carl von Clausewitz  dizia que "a guerra é a continuação da política por outros meios". De fato, as grandes decisões da humanidade nem sempre se dão entre cavalheiros numa mesa de jantar. A violência aparece várias vezes como forma de pressão entre os Estados. Thomas Hobbes, o teórico do Leviatã, entendeu a necessidade de uma força arbitrária capaz de inibir o homem como "lobo do próprio homem", regulamentando e nos salvando da "guerra de todos contra todos". Nossa natureza seria violenta e auto destrutiva.  O biólogo Edward O. Wilson, dono do termo "sociobiologia", apavorou a esquerda ao insinuar que muitas coisas que nos i

Esquerda antissionista não conhece ou distorce o que é o sionismo

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  Por Adelson Vidal Alves  O livro "O Estado Judeu", do jornalista Theodor Herzl, publicado em 1896, é considerado o referencial histórico na mobilização do sionismo. O autor, partindo do crescente antissemitismo que se alastrava pela Europa, convocou os judeus a lutarem por uma pátria, e descreveu um plano para que isso acontecesse. Herzl pensou na Argentina e na Palestina como os lugares onde poderia ser erguido um Estado judaico. A obra trouxe a problemática judaica para o nível internacional.  Em 10 de novembro de 1975, através da resolução 3379, a Assembleia Geral das Nações Unidas considerou que o sionismo se equiparava ao racismo. A decisão teve apoio do Brasil, que atravessava uma ditadura militar. Os militares viam com maus olhos os judeus na resistência democrática brasileira, e decidiram ir contra o Estado de Israel. Posição semelhante teve Lula, ao ficar do lado da denúncia de genocídio feita pela África do Sul na Corte de Haia, tendo Israel como acusado. A resolu

Negros antissemitas

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Por Adelson Vidal Alves  Claudine Gay foi a primeira pessoa de pele negra a assumir a reitoria da Universidade de Harward. Recentemente renunciou ao cargo. Apesar de exibir na sua carta de renúncia motivos raciais e ideológicos, o fato é que a pressão por sua saída tem razões acadêmicas e de gestão. Gay é acusada de plágio e de ser tolerante com o crescimento do antissemitismo na Universidade que dirigiu. Depois do início da guerra entre Israel e o Hamas aumentou consideravelmente declarações de ódio aos judeus nos campis americanos. No Congresso, questionada sobre sua posição frente aos apelos por genocídio judeu, a então reitora respondeu: "depende do contexto". Esperava-se de uma acadêmica (na verdade de qualquer pessoa minimamente decente e civilizada) que condenasse de forma incondicional qualque tipo de exortação genocida contra os judeus. Mas o relativismo de Gay só comprova o quanto o antissemitismo está se espalhando em todos os setores da sociedade. Às vezes de form

Os brancos cristãos escravizados por muçulmanos que a historiografia esqueceu

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Por Adelson Vidal Alves  "Impressiona como não temos a mais vaga ideia de toda a magnitude do tráfico de escravos brancos europeus; e o pior é que que isso estava acontecendo ao mesmo tempo em que ocorria o comércio de escravos africanos, para o qual foram direcionados muito mais estudos sérios", escreveu Robert C. Davis em "Escravos cristãos, senhores muçulmanos: Escravidão branca no mediterrâneo, na Costa da Berbéria e na Itália, de 1500 a 1800". O livro é um raro esforço de demonstração da relevância história da escravidão branca, ignorada por grande parte dos historiadores. A escravidão, sabemos, é parte integrante da história da humanidade. Ela aconteceu na Antiguidade greco-romana, no Egito antigo, nos impérios pré-colombianos da América, na África negra e nas colônias europeias. Escravizar humanos é sempre bárbaro, e a crueldade do cativeiro atingiu todos os povos do planeta.  Mas estranha como a energia da historiografia contemporânea se concentre quase que