A tolice pacifista



Por Adelson Vidal Alves 

"Faça amor não faça guerra" filosofavam  os integrantes da seita dos hippies na década de 60. Os dois dedos levantados em sinal de V ainda hoje simboliza a "paz e o amor",  utopia tosca do movimento de contracultura que cultivava a ilusão de que um dia o mundo viveria sem guerras. 

Carl von Clausewitz  dizia que "a guerra é a continuação da política por outros meios". De fato, as grandes decisões da humanidade nem sempre se dão entre cavalheiros numa mesa de jantar. A violência aparece várias vezes como forma de pressão entre os Estados. Thomas Hobbes, o teórico do Leviatã, entendeu a necessidade de uma força arbitrária capaz de inibir o homem como "lobo do próprio homem", regulamentando e nos salvando da "guerra de todos contra todos". Nossa natureza seria violenta e auto destrutiva. 

O biólogo Edward O. Wilson, dono do termo "sociobiologia", apavorou a esquerda ao insinuar que muitas coisas que nos incomodam hoje estão inscritas na nossa história evolutiva. Ao observar o comportamento de insetos sociais como as abelhas e as formigas, pode perceber que a guerra é o nosso destino, parte do processo de luta pela sobrevivência na seleção natural. O antropólogo Napoleon Chagnon viu isso em suas pesquisas com os Yanomamis. Chagnon não encontrou entre esta isolada tribo nada que parecesse o bom selvagem rousseauniano. Ao contrário, eles lutavam entre si por sexo, o velho mecanismo evolucionista na busca por espalhar os seus genes pela terra. 

Esforços como o de Kant na busca por uma "paz perpétua" são válidos como horizonte. Diminuir as guerras e civilizá-las, no sentido de transformá-las menos bárbaras e letais é a nossa meta civilizatória. Mas elas deverão continuar existindo e podem ser necessárias. Um cessar-fogo de Israel agora significaria dar tempo para o Hamas se reorganizar e praticar mais atentados terroristas. O Ocidente parar de dar armas para a Ucrânia é facilitar a sede imperialista do neoczarista Vladimir Putin. Aqui as guerras se fazem necessárias, a fim de estabelecer estabilidades mais duradouras no futuro. 

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