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Mostrando postagens de dezembro, 2023

O Jesus da história e o Jesus da bíblia

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Por Adelson Vidal Alves  "Quanto mais a ciência estuda a vida de Jesus, menos a bíblia tem razão". O dono desta frase está longe de ser um racionalista materialista e sem fé. Ela é do teólogo e professor de teologia bíblica Rochus Zuurmond.  Como pesquisador e religioso ele sabe que há dois personagens envolvendo o nome de Jesus. O primeiro dispensa comentários:  é o Jesus da fé. Ele não depende de qualquer confirmação científica para ser cultuado. Já o segundo, o Jesus histórico, é o que resulta das pesquisas mais recentes da arqueologia, filologia e de outras ciências. Vamos conhecê-lo? Os evangelhos não são uma biografia O cristianismo oficial escolheu quatro livros para contarem a história de Jesus, os chamados evangelhos canônicos, contra os chamados apócrifos, que não passaram no teste da igreja. O mais antigo destes documentos é o evangelho de Marcos, escrito 40 anos depois da morte de Jesus. Um tempo considerável para se crer que ali esteja um exímio trabalho historio

Um livro espetacular de V. S Naipaul

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Por Adelson Vidal Alves  V.S Naipaul, Nobel de literatura em 2001, é vítima constante de calúnias por parte dos seus detratores. Ele só se tornou escritor, afirma o mesmo, quando deixou a África e foi para a Europa. Ele é acusado de traidor de suas origens (nasceu em Trinidad e Tobago) e visto como um colonizador a desqualificar os povos colonizados. Naipaul é autor de um romance espetacular, que acabo de ler.  "Uma curva no rio" conta a história de uma África em processo de descolonização. Salim, protagonista e narrador da trama, é um indiano muçulmano que se torna comerciante em um fictício país africano. Do seu armazém, convivendo com o antigo escravo da família, estabelece relações com diversos personagens que trazem à tona temas diversos, como violência, nacionalismo, modernização etc.  O romance se dá na década de 60, num cenário pós-colonial. Primeiro vem a prosperidade africana, o boom comercial, depois de rebeliões e carneficinas. O presidente, tratado como o "G

Comparar Israel ao nazismo é ignorância ou mau-caratismo

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  Por Adelson Vidal Alves  Em 7 de Outubro de 2023 Israel foi vítima de um atentado terrorista. Mais de 1000 pessoas morreram. Jovens foram chacinados enquanto se divertiam em uma festa, mulheres estupradas; crianças, idosos e bebês foram sequestrados. Os corpos das vítimas exibidos como troféu pelos criminosos. O Hamas, autor destas atrocidades, exibe em sua carta de fundação o objetivo de destruir o Estado de Israel e exterminar os judeus.  A resposta israelense foi dura. Milhares de civis palestinos perderam suas vidas devido aos ataques das forças de defesa de Israel, entre elas muitas crianças. A política de sufocamento de Gaza é criminosa, impedindo ajuda humanitária à população. Trata-se de violação das regras de guerra, e devem ser condenadas pela comunidade internacional. Mais que isso: os responsáveis por tais crimes precisam enfrentar os tribunais internacionais. No entanto, é preciso diferenciar crimes de guerra do que entendemos ser historicamente genocídio ou um campo de

VILA AMERICANA: POR QUE VOTO NA CHAPA 2

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Por Adelson Vidal Alves  Como já noticiado por este blog, a Vila Americana irá passar por um processo eleitoral. O bairro irá eleger seus representantes na Associação de moradores. Eu votarei na Chapa 2 e explico por que.  Primeiro porque sou democrata. Os democratas são intransigentes na defesa da alternância do poder. Quando o poder se concentra nas mãos de um único grupo ou pessoa temos uma ditadura, no mínimo uma situação autoritária. Votar pelo revezamento em qualquer gestão é oxigenar o espírito democrático. Não votarei para que uma única pessoa tome conta do bairro eternamente.  Segundo: não posso dar meu voto a quem administrou por anos a associação de moradores de forma ilegal. Sim, quando uma gestão acaba e ela não é renovada pelo legítimo processo democrático temos uma situação de ilegalidade e ilegitimidade.  Na prática, a Vila Americana não tem representatividade há anos.  Terceiro: o presidente de uma Associação de moradores precisa ser independente. A Vila Americana por

Incompatibilidade civilizacional

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Por Adelson Vidal Alves  A versão oficial de Israel para o êxodo de centenas de milhares de palestinos durante a guerra de 1948 é a seguinte: eles deixaram suas casas voluntariamente, a pedido de suas lideranças.  Na década de 1980, Benny Morris, historiador integrante do grupo conhecido como "Novos Historiadores" trouxe uma narrativa bem diferente. Deixando de lado a exclusividade da memória e apostando em fontes documentais, desafiou a historiografia judaica tradicional. Ele revelou a expulsão de uma multidão de palestinos através de atrocidades cometidas pelas forças israelenses.   A Folha de São Paulo entrou recentemente nesse debate através de dois textos. Arlene Clemesha, professora de história árabe da USP, defendeu que a Nakba (catástrofe) é fruto de um plano original de Israel de querer se livrar dos palestinos. A réplica veio de Leonardo Avritzer, professor titular do Departamento de Ciência Política da UFMG, que retrucou as acusações de Clemesha e alertou para um i

Bairro Vila Americana terá eleição para Associação de Moradores

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Por Adelson Vidal Alves O bairro Vila Americana, conhecido como a capital de Volta Redonda, terá eleição para a Associação de Moradores, depois de passar uns bons anos sem o pleito.  São duas chapas as concorrentes. A Chapa 1 tem como presidente Júlio Gil, que busca a reeleição. Conta ainda com lideranças como a conselheira tutelar Beth e o comerciante Jacy Pacheco, conhecido como Netinho. Eles acreditam que é preciso manter o trabalho que foi feito e ampliar as conquistas.  A Chapa 2 chega com o slogan da mudança. Tem como presidente o professor de matemática Roniere Rodrigues. Além dele conta com o Baianinho cabeleiro, atuante líder comunitário. A Chapa 2 diz que é necessário ter mudanças, e promete melhorias no bairro em diálogo com o poder público.  Vale ressaltar que a Associação de Moradores tem o papel de representar os bairros e reivindicar as demandas de seus associados. Deve ter total independência em relação a governos e políticos, assim como velar por eleições periódicas co