Comparar Israel ao nazismo é ignorância ou mau-caratismo

 


Por Adelson Vidal Alves 

Em 7 de Outubro de 2023 Israel foi vítima de um atentado terrorista. Mais de 1000 pessoas morreram. Jovens foram chacinados enquanto se divertiam em uma festa, mulheres estupradas; crianças, idosos e bebês foram sequestrados. Os corpos das vítimas exibidos como troféu pelos criminosos. O Hamas, autor destas atrocidades, exibe em sua carta de fundação o objetivo de destruir o Estado de Israel e exterminar os judeus. 

A resposta israelense foi dura. Milhares de civis palestinos perderam suas vidas devido aos ataques das forças de defesa de Israel, entre elas muitas crianças. A política de sufocamento de Gaza é criminosa, impedindo ajuda humanitária à população. Trata-se de violação das regras de guerra, e devem ser condenadas pela comunidade internacional. Mais que isso: os responsáveis por tais crimes precisam enfrentar os tribunais internacionais. No entanto, é preciso diferenciar crimes de guerra do que entendemos ser historicamente genocídio ou um campo de concentração. 

Genocídio é o ato deliberado de extermínio de um grupo, raça ou etnia. Os historiadores reconhecem quatro genocídios na história: em Ruanda, os otomanos contra os armênios, Stalin contra os ucranianos e o holocausto nazista. Tratar Israel como um Estado genocida (como fez Lula em entrevista à Al Jazeera) ou é uma tosca ignorância histórica ou puro mau-caratismo. Pior são as comparações entre a situação dos moradores de Gaza com os campos de concentração de Hitler. Quando a Alemanha nazista reuniu judeus nestes campos, controlados por ela, o objetivo era a "solução final". A situação dos palestinos pode ser denunciada em vários aspectos, mas jamais comparada à Auschwitz.

A Faixa de Gaza se equivale uma cidade no tamanho de Maricá ocupada por 2 milhões de pessoas. As condições sanitárias e de infraestrutura são precárias, e há um polêmico controle de Israel sobre a entrada e saída do local. Mas quem governa a região há mais de 15 anos é o Hamas, de forma impiedosa e debaixo da Sharia islâmica, que oprime gays, mulheres e limita as liberdades. É um regime de terror. Os que comparam Israel à Alemanha nazista não costumam comentar esta situação. 

É verdade que ainda existem sionistas radicais que sonham com a "Grande Israel bíblica", onde não caberia espaço para a existência de dois Estados na região. O governo de Benjamin Netanyahu apostou no enfraquecimento da Autoridade Palestina, a fim de atrasar a construção de um lar palestino, fazendo vista grossa ao financiamento do Catar ao governo do Hamas. Hoje se sabe que ao invés de melhorar as condições de vida dos palestinos, o dinheiro que chegava em Gaza foi parar nos túneis construídos pelo grupo terrorista e no uso de ações como o de 7 de Outubro. 

A guerra de 1948 e o êxodo palestino são frutos da recusa da Liga Árabe da partilha da região proposta pela ONU . A intransigência palestina sabotou duas ou três iniciativas reais de construção dos dois Estados. A visão de "Um Estado palestino do rio ao mar" é a declaração antissemita da extinção de Israel. O Hamas declama este sonho e é acompanhado por neonazistas e até parlamentares e militantes de esquerda. 

Israel comete crimes de guerra, tem colônias absurdas na Cisjordânia, e o atual governo é um desastre nos planos de paz para a região. Mas a existência de Israel é fruto da mobilização internacional por uma nação judaica com direito a viver em segurança, depois da ameaça dos nazistas, a quem Israel é comparado por tolos e cafajestes


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