Antonio Risério acaba de lançar "Identitarismo", seu mais novo livro

 

Por Adelson Vidal Alves 

Podemos chamar de identitarismo o movimento político, social e cultural que se sustenta no discurso da identidade coletiva, principalmente a identidade racial e de gênero. Ele se estabelece a partir de uma performance política e também narrativas que buscam interferir e modificar as estruturas de poder. 

No Brasil, o principal inimigo deste grupo é o antropólogo Antonio Risério, autor de vários livros que abordam questões relacionadas ao movimento. Por conta disso é odiado, atacado e covardemente caluniado em falsos adjetivos como "supremacista branco", "racista", "ideólogo dos senhores de escravos" etc.

Risério acaba de lançar mais uma qualificada e corajosa obra. Trata-se de "identitarismo", que acaba de chegar às livrarias. O autor traz uma rigorosa abordagem conceitual e histórica sobre a genealogia deste movimento, sem perder, é claro, seu tom forte, crítico e denunciante das distorções e falcatruas do ativismo woke.

O identitarismo é filho da sociologia americana. Para Risério, ele encontra espaço no vazio deixado pelo esgotamento do comunismo, substituindo a esquerda clássica. Seus pais intelectuais são Foucault e estão na Escola de Frankfurt. 

A narrativa identitária é uma farsa na medida em que acumula fantasias e mentiras. O indivíduo e suas múltiplas identidades é essencializado na forma de uma unica forma de ser e se expressar, o grupocentrismo se sobressai à individualidade. É uma espécie de neo-tribalismo.

Sua chegada aos trópicos, tratada em um dos capítulos, tem variados momentos, seja nas lutas das minorias da década de 70 ou no início do século XXI, onde fatores históricos se entrelaçam na formação do que é hoje a chamada "esquerda woke". Esta domina a imprensa e as universidades. Se o ambiente acadêmico das ciências humanas um dia foi dominado pelo marxismo, hoje ele está de joelhos para a paranóia oportunista do identitarismo. Quem não segue a cartilha da raça e do gênero que os identitários produzem, logo é perseguido e anulado no debate público. Puro fascismo.

O PT tem grande responsabilidade na institucionalização deste grupo. O partido das classes logo virou o partido dos grupos, por pura estratégia de poder. Na verdade, inteiras facções da esquerda renunciaram a universalidade iluminista que a pariu e se juntaram à fragmentação de tudo. O Ocidente, de onde vem a filosofia das luzes, é demonizado como o lugar natural da maldade opressora contra gays, pretos e índios. Vale até apoiar terroristas e autocratas sanguinários quando o assunto é destruir a civilização que, na fantasia identitária, fundou o colonialismo racista. Fantasia, aliás, é o que não falta na cabeça desse pessoal A história, como bem observa Risério, é substituída pela ideologia. Os fatos devem se curvar às intenções políticas do movimento. A ciência e seu método só servem se atenderem à ideologia. 

"Identitarismo" começa com a afirmação do autor de que há sim uma luta contra essa gente. Risério reafirma sua postura corajosa de enfrentamento, e sobe o tom sem se acovardar frente às ameaças de cancelamento. Mais uma obra para armar os defensores da democracia contra o fascismo de esquerda que é representado pelo multiculturalismo/identitarismo/wokismo.

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