Qual será a solução de Safatle para a guerra Israel-Hamas?



Por Adelson Vidal Alves 

Segundo a Liga Antidifamação (ADL) desde os atentados do trágico 7/10, quando o grupo terrorista Hamas atacou Israel, aconteceram pelo menos 1.040 incidentes de antissemitismo na França, 1.019 no Reino Unido e 312 nos Estados Unidos. No Brasil, casos de hostilidades a judeus aumentaram em dez vezes em outubro de 2022, comparado ao mesmo mês deste ano, saindo de 44 para 467. Pelo mundo, o antissemitismo avança. 

Jürgen Habermas, um dos principais nomes ligado à Teoria crítica da Escola de Frankfurt, se juntou a outros renomados intelectuais para escrever um curto e significativo artigo sobre os acontecimentos no Oriente Médio. O texto é simples e direto: Israel foi alvo de uma ofensiva bárbara e tem direito a se defender. Os autores reconhecem a necessidade de discutir os excessos da ofensiva israelense, assim como de dar atenção ao sofrimento palestino, mas rejeitam por completo a ideia de que Israel estaria agindo de forma genocida. Por fim, pedem atenção aos judeus frente às ameaças racistas dirigidas a este povo. 

O artigo é apenas a reunião de elementos de bom senso e apelo por olhares mais atenciosos aos problemas envolvendo os judeus e seu direito de existir como Estado. Mas foi o suficiente para incomodar membros da esquerda brasileira. Vladimir Safatle, filósofo uspiano, escreveu na Folha de São Paulo uma crítica ao texto de Habermas e companhia. Sem citar uma única crítica ao Hamas, acena para a tese esdrúxula de que de fato Israel estaria promovendo genocídio em Gaza. Narra o drama palestino, mas não se solidariza às vítimas do terrorismo, sequer fala dos reféns que o grupo terrorista fez e ainda mantém. 

O Hamas não é um grupo de amigos em defesa de um Estado palestino. Em sua Carta de fundação escreve em letras garrafais que quer o fim do Estado de Israel e o extermínio dos judeus. Na guerra suja que promove, usa civis como escudo humano, se move pela expectativa do terror, incentivando o medo, exibindo a morte como troféu ideológico. 

Safatle falou dos dois milhões de palestinos vivendo sob vigilância de Israel, mas se esquece (ou omite de propósito) que esta população é antes de tudo oprimida pelo regime do Hamas, que aterroriza os palestinos com a lei dura do terror islâmico. Repete seus colegas da esquerda, como Breno Altman, que demoniza o direito de autodefesa de Israel. Altman, aliás, tem uma solução para a guerra: a entrada do Hezbollah no conflito. Qual será a solução de Safatle?

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