Israel guerreia pelo Ocidente no mundo em choque de civilizações


Por Adelson Vidal Alves 

"Nesse mundo, os conflitos mais abrangentes, importantes e perigosos não se darão entre classes sociais, ricos e pobres, ou entre outros grupos definidos em termos econômicos, mas sim entre povos pertencentes a diferentes entidades culturais", escreveu Samuel Huntington em "O choque das civilizações", um dos livros mais bombásticos do que século XX. Nele, o cientista político americano defende que no mundo pós-Guerra fria os principais conflitos serão civilizacionais. 

O século XXI foi surpreendido por duas guerras, uma delas na Europa. A invasão da Ucrânia pela Rússia tem motivações territoriais, econômicas e políticas, mas é evidente o elemento cultural, onde a Ucrânia é acusada de se aproximar do Ocidente. Teóricos reacionários ultranacionalistas ligados à Putin, o autocrata russo, compreendem o conflito como uma luta espiritual entre a tradição eurasiana e o progressismo decadente do Ocidente. Um verdadeiro Armageddon.

No Oriente Médio, o ataque terrorista do grupo Hamas provocou mais uma guerra entre Israel e seus inimigos históricos. No dia 7 de Outubro, terroristas invadiram Israel, sequestraram pessoas, chacinaram jovens, estupraram mulheres e exibiram corpos como troféu, numa demonstração brutal do que significa o terror. Israel respondeu com um ataque violento a Gaza, que acabou por dividir o mundo, mais uma vez, entre os defensores dos valores ocidentais e seus inimigos.  Do lado do terror: parte da esquerda, o identitarismo dito progressista e o poder islâmico. Com Israel: os liberais e todos os grupos que integram o patrimonio cultural judaico-cristão do Ocidente. 

A guerra de Israel contra o Hamas e o terror muçulmano é uma guerra civilizacional. O Estado judeu é o Ocidente liberal instalado numa região povoada por teocracias islâmicas radicais. Em Israel foi criada uma democracia de traços liberais, com legislações que protegem minorias, como gays, que podem se unir legalmente. Também mulheres ganharam status de donas do seu próprio corpo. Os vizinhos de Israel oprimem as mulheres, jogam gays de prédios, e controlam a população com a mão forte da Sharia islâmica. A guerra de Israel é uma extensão geopolítica da luta do Ocidente contra o poder islâmico. 

O eixo pró-Ocidentre a defender a existência de Israel defende na verdade a existência da civilização ocidental. É a resistência com armas contra aqueles que querem destruir não apenas um país, mas eliminar uma forma de ser, uma cultura, uma civilização. Israel é o Ocidente defendendo seu patrimônio cultural: a democracia, o liberalismo, os direitos humanos, a separação entre religião e Estado e o direito universal à liberdade. 

                               

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Este blog condena com todas forças os crimes de guerra cometidos contra a população civil de Gaza, principalmente contra crianças. O cerco desumano que impede ajuda humanitária, os ataques a campos de refugiados e ambulâncias mostram o rosto bárbaro do governo de extrema-direita que governa Israel. Que o TPI investigue e puna com rigor todos os culpados por tanta covardia. 

                           

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