Quem apoia Putin e o Hamas?

 


Por Adelson Vidal Alves 

Em 24 de Fevereiro de 2022, a Rússia invadiu a Ucrânia. Uma potência militar atacando uma nação soberana só poderia causar repúdio da comunidade internacional, pelo menos a parte democrática e civilizada. Mas não foi bem assim. Dentro do próprio Ocidente pipocaram fake News pró-Rússia aos montes. Primeiro a Ucrânia seria um país neonazista, apesar de seu presidente ser judeu. Depois, a culpa da Guerra de conquista russa em pleno século XXI seria na verdade do expansionismo da OTAN no antigo domínio soviético. Parte da esquerda e toda a extrema-direita relativizam até hoje os crimes de guerra do autocrata russo Vladimir Putin. Até mesmo o presidente Lula responsabilizou agressores e agredidos na mesma medida. 

No sábado, 7 de Outubro, o grupo terrorista islâmico Hamas atacou o território de Israel. São centenas de mortos, crianças e idosos sequestrados, mulheres estupradas. A nação judaica, óbvio, reagiu com ataques à Faixa de Gaza, região dominada pelo Hamas. A decisão israelense se insere no contexto do direito à autodefesa. No entanto, há quem tente "problematizar" a reação de Israel. Celso Amorim condenou os ataques, só que colocando um "mas" em sua declaração. O PCdoB (pasmem!) fez uma nota condenando Israel. Os que discretamente apoiam Putin também apoiam o Hamas?

Israel não é nenhum santo. A expansão judaica depois da Guerra de 1967, os assentamentos e constantes operações na Cisjordânia, são algumas das atrocidades cometidas pelo Estado judeu. A Palestina, ainda, tem direito a um território para chamar de seu. A Faixa de Gaza é uma região com 2 milhões de pessoas com 1/3 de tamanho do município do Rio de Janeiro. Falta luz, água e alimentos para a sofrida população. O mundo deve aos palestinos um Estado soberano e reconhecido. Mas nada justifica o terrorismo. 

A ousada ação do Hamas recebeu apoio do Hezbollah (grupo terrorista libanês  que age na Cisjordânia) e também do Irã, provável financiador da ofensiva terrorista. Os ataques em nada ajudam na causa Palestina. O poderio militar israelense é incomparável  ao desses grupos, e é a população que mais sofrerá com esses dias de guerra. O Hamas conseguiu frear o desgaste do governo de Benjamin Netanyahu e criar uma união do país em torno no primeiro-ministro autoritário. 

Os ataques aconteceram em um feriado festivo do judaísmo, 50 anos depois da Guerra de Yom Kippur e 30 anos depois dos acordos de Oslo.  É simbólico e histórico o atentado dos terroristas. O Hamas usa prédios civis como escritório de Guerra, criando escudos humanos. Quando o edifício é atingido e mata inocentes, é Israel o culpado. Israel, aliás, é a única democracia do Oriente médio, e dá direitos às minorias palestinas instaladas no seu território. No Irã pró-Hamas e na Rússia de Putin, a comunidade gay é perseguida e morta. Mas a esquerda anti-americana não se incomoda em ficar em silêncio frente aos crimes dessa gente. O mesmo acontece com a extrema-direita ultraconservadora, apoiadora da homofobia de tais tiranias. É bizarro, mas há uma explicação pra entender quem apoia Putin e o Hamas, mesmo que de forma indireta.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Os brancos cristãos escravizados por muçulmanos que a historiografia esqueceu

O identitarismo está construindo uma nova história do Brasil

VILA AMERICANA: POR QUE VOTO NA CHAPA 2