Putin e Hamas não merecem perdão, mas poderiam ter sido evitados



Por Adelson Vidal Alves 

Invadir um país soberano com a finalidade de anexar territórios é crime pela legislação internacional. Atacar um território assassinando bebês, estuprando mulheres, chacinando jovens que se divertiam e fazendo reféns é terrorismo. Putin e o Hamas são parte de um eixo do mal que reúne o que há de mais bárbaro e selvagem no mundo contemporâneo. Não merecem perdão, claro, mas poderiam ter sido evitados. 

No início da década de 90 a URSS se desfez. A independência dos países membros foi um golpe nos sonhos de uma grande Rússia, forte e influente. Ao Ocidente veio a oportunidade de atrair a nação euroasiática para dentro da sua civilização. Por que não se pensou em um Plano Marshall russo? Por que a Europa e os EUA não ajudaram na reconstrução russa ao invés de isolá-la a fim de enfraquecê-la definitivamente? O renascimento russo sob a direção de um ultranacionalismo autocratico e reacionário afrontou e afronta os planos ocidentais. A história poderia ter sido outra. 

Na Palestina, os acordos de Oslo em 1993 trouxeram ao mundo a expectativa de paz no Oriente Médio. Mas tal acordo precisava ser feito com a região tomada 78% por Israel? Os assentamentos judaicos na Cisjordânia (ilegais, diga-se de passagem) ajudaram em que? A eleição do Hamas na Faixa de Gaza em 2006 não teria sido uma resposta popular à falta de credibilidade da Autoridade palestina? Não faltam soluções rapidas para um povo que se espreme em um micro-território vigiado? 

O Hamas não é um ator politico legitimo, pois não pensa na construção de dois Estados, mas sim na destruição de Israel. Porém, como pensar em paz se Israel ocupa ilegalmente a Cisjordânia? Quando haverá uma sinalização clara do Estado judeu para o retorno das fronteiras pré-1967? 

O imperialismo russo putinista e o terrorismo islâmico não merecem perdão ou qualquer esforço de justificativa. Mas sua força e existência tiveram uma bela ajuda da intransigência ocidental. 

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