A esquerda conhece a história socialista de Israel?


Por Adelson Vidal Alves 

O PCO é um micro-partido político de orientação marxista-trotskista. Diante dos atentados terroristas do 7 de Outubro, o partido publicou uma nota dando apoio ao Hamas e pedindo o fim do Estado de Israel. Militantes do PCB deram um "Viva!" ao grupo terrorista islâmico em um ato publico, e intelectuais ligados ao PT relativizaram o terror em postagens na internet. 

Para condenar o Hamas basta decência, nem precisa ser de esquerda. Mas estranha demais que parte deste setor se alinhe a um grupo que compartilha valores da extrema-direita nazista, como o totalitarismo, o culto à violência, o militarismo e, principalmente, o anti-semitismo.  Como a esquerda apoia um grupo que governa com mãos de ferro fundametalista e ignora aspectos socialistas e progressistas da história de Israel? 

Os kibutzim são parte da formação cultural e intelectual  israelense, e carregam experiências comunitárias socialistas de grande impacto na constituição do modelo laico do Estado judeu. O sionismo socialista revelou nomes como David Ben-Gurion, leitor da declaração de independência de Israel e fundador do Mapai, partido social-democrata trabalhista que governou a nova nação nas primeiras décadas de sua existência. Gurion, ao contrário do Hamas, defendia a solução de dois Estados, e propôs a devolução das terras anexadas por Israel durante a Guerra dos seis dias. 

Israel não é hoje um país socialista, ao contrário, se integrou bem à economia de mercado, e tem no país mais capitalista do mundo seu principal aliado. Mesmo assim, seria mais coerente para a esquerda ficar do lado de uma nação que respeita as monorias, que dá direito aos gays de se casarem, ao invés de quem os mata. Por algum motivo, isso nem sempre acontece.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Os brancos cristãos escravizados por muçulmanos que a historiografia esqueceu

O identitarismo está construindo uma nova história do Brasil

VILA AMERICANA: POR QUE VOTO NA CHAPA 2