Casa-Grande & Senzala, um clássico do pensamento antirracista
FREYRE, Gilberto. Casa-Grande & Senzala. São Paulo, Global: 2006. Por Adelson Vidal Alves "Os críticos nem sempre foram generosos com Gilberto Freyre (...) raramente deixaram de mostrar suas contradições, seu conservadorismo, o gosto da palavra sufocando o rigor científico, suas idealizações e tudo o que, contrariando seus argumentos, era simplesmente esquecido", escreveu Fernando Henrique Cardoso em apresentação da 51a edição de Casa-grande & Senzala , obra prima do sociólogo pernambucano que completa 90 anos de sua primeira edição. Falar de Gilberto Freyre é sempre um convite à polêmica. Para o identitarismo racial negro, ele é o propagador da democracia racial, isto é, o defesor de teoria de que o Brasil seria um país de relações cordiais entre as raças. Pesa ainda para o movimento negro seu elogio à mestiçagem, vista por ele não como degeneração, tal como tratada pelo racismo científico. O purismo identitário prefere Abdias de Nascimento, para quem a miscigenaçã