Os governos devem levar a sério a hipótese de discos voadores?

Por Adelson Vidal Alves 

David Grusch é um ex-funcionário da inteligência dos EUA. Diante de um comitê no congresso americano ele disse recentemente: "Nós não estamos sozinhos, e as autoridades dos Estados Unidos estão escondendo evidências". Ele foi além, e afirmou que o governo tem "materiais biológicos" não humanos em sua posse, vindos de acidentes envolvendo aeronaves. Já o deputado Tim Burchett está certo que as autoridades americanas estão escondendo informações envolvendo fenômenos extraterrestres.

A conversa sobre aeronaves de outros planetas não começa agora. Em junho de 1947 o piloto americano Kenneth Arnold, no comando de seu avião particular, teria visto um conjunto de nove objetos brilhantes, voando como "discos voadores", segundo as palavras de um jornalista. Dali em diante, são muitos os relatos de gente que jura ter visto uma nave espacial ET. Alguns até  garantem ter dado um passeio nela. Mas, afinal, será que recebemos mesmo visitas do espaço? Há vida fora do planeta Terra?

Bill Nelson, diretor da NASA, afirmou no último dia 3 de agosto que acredita em extraterrestres.  E garantiu que a agência americana irá produzir em breve um relatório com provas. Além dele, há cientistas e projetos que estão atentos aos sinais que poderiam nos indicar algum contato de nossos vizinhos espaciais. No entanto, vale dizer, até agora nem Grusch, nem Burchett, nem Nelson e nem ninguém apresentou qualquer evidência séria de vida inteligente fora da Terra. 

Devemos deixar claro que quando falamos de vida não falamos de micróbios ou bactérias, mas de vida inteligente, de povos capazes de formar uma civilização e desenvolver tecnologia de viagens espaciais. Os crentes no universo amplamente habitado dizem que não faz sentido só o nosso planetinha ter gente. O que eles não entendem é que a evolução da vida e das civilizações não é uma regra inevitável. A criação de vida humana inteligente através da evolução é considerada um "milagre" por muitos, tamanha a precisão exigida pelo processo. É muito improvável que esse "milagre" tenha acontecido duas vezes. Para dificultar mais a hipótese das viagens galáticas, esses seres com alguma inteligência teriam que ser até mais desenvolvidos que nós. A distância média que nos separa de outros sistemas planetários é de 2 mil anos-luz, e a galáxia mais próxima está a 25 mil anos-luz. Trocar de galáxias não é como pedir um Uber até o supermercado. 

E quanto as experiências narradas? Vamos lembrar que o primeiro caso de disco voador no Brasil foi um truque fotográfico da revista Cruzeiro.  O restante dos avistamentos são apenas balões meteorológicos, aviões, e outros objetos voadores. Ainda que existam casos sem explicação, isso não consiste em prova da existência de ETs  nos visitando. 

As pessoas podem acreditar que seres evoluídos de outras galáxias entram em suas  poderosas naves para visitar Varginha  e São Tomé das letras, escolhendo serem vistos apenas por uma meia dúzia de pessoas simples. O que não dá são os governos do nosso mundo ficarem perdendo tempo com especulações sem sentido. Afinal, pelo que sabemos até agora, somos os únicos habitantes inteligentes dessa imensidão cósmica. 

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