Guerra Civil na Rússia? O que está acontecendo entre o Kremlin e os mercenários do Wagner?


Por Adelson Vidal Alves 

Ievguêni Prigojin é um empresário russo, fundador do grupo Wagner. O grupo Wagner é uma milícia privada ligada a ideias de extrema-direita e que atuou na Crimeia, atua no Sudão, na África e agora na Ucrania. Prigojin sempre foi aliado de Putin, mas recentemente vem cobrando mais protagonismo do seu grupo, fazendo críticas ao comportamento das forças regulares russas. É inimigo pessoal do ministro da defesa Sergei Shoigu.

Depois de muito falatório parece que Prigojin resolveu ir para prática, e tudo indica, montou um poderoso motim contra o Kremlin, que acusa o Wagner de tentar um golpe de Estado. Segundo o relato dos rebeldes a cidade de Rostov-do-Don, no Sul da Rússia, foi tomada e um helicóptero das forças russas derrubado. Diante desse novo quadro, o que esperar do futuro da Guerra na Ucrânia?

Uma das primeiras hipóteses levantadas seria a da derrubada de Putin por um golpe ou revolta militar. É um cenário improvável. Apesar da força dos mercenários, difícil imaginar que consigam chegar até Moscou. Seria necessário uma mudança de lado de vários setores das forças armadas russas, o que é possível, mas não provável. Caso essa hipótese super improvável triunfasse, o mundo deveria ficar preocupado. Um golpe de Estado nesse nível dentro de uma potência nuclear colocaria a humanidade em risco.

A segunda hipótese seria a de um desfecho a favor da Ucrânia com o fim da Guerra. Os problemas domésticos russos poderiam criar condições para uma negociação de paz a favor da Ucrânia e seus aliados. Também é uma hipótese improvável. A fala de Putin tem sido no sentido de esmagar o grupo Wagner. Um recuo do autocrata russo, ainda, significaria sua queda imediata. 

A terceira hipótese seria uma vitória militar da Ucrânia, o que também é muito difícil. Mesmo que as forças ucranianas possam aproveitar o momento de crise do inimigo e assim intensificar a contraofensiva com retomada de territórios, uma vitória militar é quase impossível. 

É preciso esperar novas informações. De certo é que o Kremlin está em maus lençóis, e de fato a Ucrânia tem uma ótima chance de avançar na guerra. Putin se vê cercado na sua própria casa e com possibilidades de novas revoltas dentro da própria Rússia. É temível que um ditador agressivo como Putin fique acuado, por isso toda a preocupação do Ocidente. 

Em pronunciamento Vladimir Putin disse que a traição do Wagner se compara à revolução russa, enquanto o Wagner disse que toda aquela conversa de desnazificação da Ucrânia é mentira. Prigojin disse com todas as letras: "as razões da guerra são uma farsa". Ainda teremos gente da esquerda apoiando o Putin? Mas essa é outra história. 

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