Esquerda multiculturalista absolveu o pedófilo do Tibet

 


Por Adelson Vidal Alves 

"É um costume antigo do Tibet (...) Ele é muito brincalhão", escreveu Leonardo Boff no seu Instagram. O escritor e teólogo católico falava do deplorável episódio em que o Dalai Lama pedia a uma criança que beijasse sua língua. As palavras de Boff integram o patrimônio ideológico do multiculturalismo, para quem não há validade universal na cultura, e que as culturas devem ser separadas e completamente isentas de interferência externa. Nada poderíamos fazer diante das tribos indígenas que enterram crianças vivas, que sacrificam bebês deficientes ou que simplesmente sejam de característica albina. Para a esquerda multicultural não há direitos humanos universais. 

O Ocidente desenvolveu valores que protegem a vida e a dignidade humana. Ergueu instituições e constituições que celebram a diversidade cultural, mas que compreende a necessidade de se defender alguns direitos como sendo próprios da humanidade. No entanto, há quem compreenda essa civilidade como puro eurocentrismo, valores próprios de um povo, não do ser humano. Aliás, vale dizer, não é apenas o ser humano que a cultura ocidental pretende defender como um referencial de universalidade. Há a defesa de compreensões civilizatórias sobre várias relações de vida, como a condenação do sofrimento animal, seja em um abate ou na estúpida cultura da tourada.

A esquerda multicultural é naturalmente anti-ocidental. Ela acha que a história do Ocidente é pura arrogância imperialista. Nesta pegada, o Oriente e outras culturas são perdoados e defendidos por serem a vítima, mesmo quando praticam genocídios, como fez o império otomano com os armênios, ou quando perseguem minorias, como faz a China em relação aos uigures. Fosse o papa a pedir o beijo de uma criança o mundo cairia na cabeça de Roma. A militância que fica indignada com os padres pedófilos é a mesma que passa pano para um velho tarado do Tibet. 

O Dalai Lama violou a inocência de uma criança, coisa que é condenável em quaquer ambiente civilizado. Mas há quem o defenda, afinal ele é líder religioso de um povo oprimido do Oriente. A maldade está na cabeça dos ocidentais, todos hipócritas querendo impor sua cultura, assim entende o multiculturalista progressista. Dalai Lama está perdoado. 

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