A cultura woke está entrando nas igrejas, nas escolas e até nas empresas

 


Por Adelson Vidal Alves 

O que é estar ou ser woke? De forma rápida, a palavra woke, do inglês, significa "acordar" ou "despertar". Na linguagem política, o termo está associado ao ato de se conscientizar e estar atento frente às injustiças sociais, sobretudo, o racismo. Parece algo positivo, não? Ser consciente frente a situações de preconceito, misoginia e homofobia só pode ser bom. Mas a coisa não é bem assim. 

A cultura woke tem DNA americano, particularmente do principal momento do Black Lives Matter. E como nossos identitaristas adoram importar tudo que vem de lá, no Brasil também chegam práticas ligadas à essa forma ou condição de comportamento. Ser woke tem ganhado status de polícia, de lacração. Recentemente, em uma escola que trabalho, fui "corrigido" duas vezes, quando uma colega disse estar eu usando termos racistas. Do alto de sua auto-atribuida superioridade moral, achou que ali estaria construindo um mundo melhor, ensinando um pobre coitado como deve se comportar no novo mundo politicamente correto. Os termos "corrigidos" por ela eram "mulato" e "criado mudo". Tive que levantar e explicar que o primeiro era só uma classificação racial sem conteúdo racista e o segundo apenas adaptação de uma palavra inglesa que faz referência a um móvel. Os professores ao meu lado aceitariam de bom grado a correção da mocinha woke caso eunão falasse nada. Afinal, a escola deve estar "desperta" para essas questões. 

Mas não é só na escola e na poltica que o wokismo está crescendo. Até mesmo entre as empresas, onde a regra capitalista sempre foi o lucro puro e simples, agora há penetração da ideologia de que é preciso ganhar dinheiro melhorando o mundo para as minorias. A Gilette fez um comercial insinuando o que seria ser "homem de verdade", livre da masculinidade tóxica. A Disney, então, se superou. A personagem da pequena sereia, branca de olhos azuis, virou negra. Nem vou entrar nos super-heróis gays. 

Também nas igrejas o wokismo ganha força, e atinge principalmente o cristianismo. Um arcebispo da Igreja anglicana fez discurso pedindo desculpas por suposto racismo institucional. Disse o sacerdote: "lamento e sinto vergonha (...) somos profundamente racistas institucionalmente ". A fala do clérigo está inserido em um bizarro complexo de culpa que penetra e destrói a vida ocidental. 

Ser woke é, antes de tudo, ser paranóico. É cultivar a vigilância real e fantasiosa da vida em sociedade, é criar patentes de autoridade moral em um mundo supostamente contaminado pela opressão e o preconceito.  Despertar, aqui, é viver sistematicamente pela correção de um mundo terrível ameaçado por brancos homofóbicos machistas e todos os seus cúmplices ignorantes. O wokismo é isso, mais uma igreja erguida pelo pós-modernismo multiculturalista.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Os brancos cristãos escravizados por muçulmanos que a historiografia esqueceu

O identitarismo está construindo uma nova história do Brasil

VILA AMERICANA: POR QUE VOTO NA CHAPA 2