Postagens

Mostrando postagens de março, 2024

São os democratas, e não os radicais de esquerda, que salvam a democracia brasileira

Imagem
Por Adelson Vidal Alves  O Brasil atravessou vários golpes e tentativas de golpes de Estado em sua história. No Império, o Golpe da Maioridade. Nossa República nasceu de uma ação golpista, paradoxalmente com o protagonismo de um marechal monarquista. Ingressamos na modernização industrial pela Revolução de 30, mais tarde convertida no Golpe do Estado Novo. Houve tentativas de golpe contra JK, contra a posse de João Goulart e, finalmente, com a derrubada deste e a chegada de uma ditadura que durou impiedosos 21 anos. Falaremos deste golpe, que em breve completará 60 anos. Janio Quadros foi eleito presidente do Brasil em 1960. Sua breve gestão (menos de 7 meses) foi marcada por ações bizarras, como a proibição dos biquínis e das brigas de galo, e também por atitudes ambíguas como a condecoração da Ordem do Cruzeiro do Sul ao revolucionário Che Guevarra, que ganhou a homenagem das mãos do próprio presidente.  De personalidade instável, se meteu em uma estratégia desastrada na busca de mai

Identitarismo reforça estereótipos raciais por interesse

Imagem
Por Adelson Vidal Alves  Thelonious "Monk" Ellison é um escritor de talento não reconhecido pelo público. Também é professor universitário, e em uma das suas aulas é confrontado por uma estudante woke, que dá chiliques identitários por conta do uso da maldita palavra com N. Monk é afastado do seu trabalho para reencontrar sua tumultuada família. Pai adúltero, mãe com Alzheimer, um irmão gay que mal saiu do armário. Sua irmã mais lúcida sofre mal súbito e morre.  Mas o que "Ficção Americana" de fato trata é a questão dos estereótipos raciais na literatura americana. No mercado editorial, negros só podem reproduzir com sucesso seus trabalhos quando eles tratam de famílias disfuncionais, drogas e delinquência. O pior é que, apesar do mercado dirigido por homens brancos, são os negros que reproduzem esta realidade, ao aceitarem retratá-la de forma simplista. Na trama o professor Monk se cansa de ser rejeitado por um sistema que preza pela mediocridade, e resolve debocha

O Brasil irá se tornar uma Genebra calvinista?

Imagem
Por Adelson Vidal Alves  A ex-primeira dama, Michelle Bolsonaro, usou a Avenida Paulista como palco religioso, no último dia 25, quando apoiadores de seu marido se manifestavam. Disse Michelle: "Por um bom tempo fomos negligentes ao ponto de falarmos que não poderia misturar política com religião, e o mal ocupou o espaço. Chegou o momento da libertação. Eu creio em um Deus todo poderoso capaz de restaurar e curar nossa nação". A senhora Bolsonaro, ainda, prometeu que o Brasil seria de Jesus, numa demonstração clara de pouco apreço pelo Estado laico.  No século XVI, em Genebra, vigorou um governo que demonstrou o que acontece quando religião e política se misturam. João Calvino, um dos principais nomes da Reforma protestante, obrigava toda população a dedicar suas vidas ao trabalho e a oração. A vestimenta era controlada, bebidas alcoólicas foram proibidas, assim como teatros e jogos de azar. Os que optassem pela desobediência poderiam pagar com a vida, como aconteceu com o te